A inocência, a sabedoria, a esperança e a fé reuniram-se pela última vez. Em pauta: o julgamento da humanidade. Todas chegaram à conclusão de que deveriam abandonar o homem e deixá-lo entregue a própria sorte. A inocência afirmou: – O homem sempre soube o que estava fazendo e nunca se responsabilizou por suas barbáries! A sabedoria enumerou algumas causas que levaram o homem ao seu desfecho: – Ao descobrir o fogo, o homem sentenciou sua própria existência. Aprendeu a controlar o elemento que o tornaria senhor entre as criaturas. Entretanto, ele usou arbitrariamente (armas atômicas) contra o seu irmão! A esperança que estava ao lado da fé desabafou: – E essa criatura que denomina-se “racional” sempre foi incapaz de enxergar a si próprio e ao seu semelhante. E continuou: – Até eu mesma senti que não lhe restava mais esperança! A fé, que até aquele momento se encontrava calada, levantou-se. Convidou a todas para irem até o jardim onde revelaria o seu ponto de vista: – Quando o homem ainda engatinhava, você o amava, inocência. Contudo, não lhe foi fiel quando ele desviou para o caminho do mal. Concluiu: – E você, sabedoria o encheu de novas descobertas e curas. Agora que a criação se rebelou, você a acusa? – Quanto a você, esperança, sua culpa lhe cai em dobro, pois vivia alimentando-o com falsas promessas. Todas estavam cabisbaixas ao perceberem sua parcela de culpa. Subitamente elas perguntaram-lhe uníssonas: – E quanto a você... Qual a sua parcela de culpa? Com a voz embargada a fé respondeu: – “A fé remove montanhas...”. Infelizmente a humanidade me outorgou uma missão, que até hoje eu nunca pude cumprir...
Artista plástico, escultor, ilustrador, clown, arte-educador; discipulo de Vasco Prado e Xico Stockinger. Atuo na área desde 1976 quando fiz da arte - profissão.
O julgamento da humanidade
ResponderExcluirA inocência, a sabedoria, a esperança e a fé reuniram-se pela última vez. Em pauta: o julgamento da humanidade. Todas chegaram à conclusão de que deveriam abandonar o homem e deixá-lo entregue a própria sorte.
A inocência afirmou:
– O homem sempre soube o que estava fazendo e nunca se responsabilizou por suas barbáries!
A sabedoria enumerou algumas causas que levaram o homem ao seu desfecho:
– Ao descobrir o fogo, o homem sentenciou sua própria existência. Aprendeu a controlar o elemento que o tornaria senhor entre as criaturas. Entretanto, ele usou arbitrariamente (armas atômicas) contra o seu irmão!
A esperança que estava ao lado da fé desabafou:
– E essa criatura que denomina-se “racional” sempre foi incapaz de enxergar a si próprio e ao seu semelhante.
E continuou:
– Até eu mesma senti que não lhe restava mais esperança!
A fé, que até aquele momento se encontrava calada, levantou-se. Convidou a todas para irem até o jardim onde revelaria o seu ponto de vista:
– Quando o homem ainda engatinhava, você o amava, inocência. Contudo, não lhe foi fiel quando ele desviou para o caminho do mal.
Concluiu:
– E você, sabedoria o encheu de novas descobertas e curas. Agora que a criação se rebelou, você a acusa?
– Quanto a você, esperança, sua culpa lhe cai em dobro, pois vivia alimentando-o com falsas promessas.
Todas estavam cabisbaixas ao perceberem sua parcela de culpa. Subitamente elas perguntaram-lhe uníssonas:
– E quanto a você... Qual a sua parcela de culpa?
Com a voz embargada a fé respondeu:
– “A fé remove montanhas...”. Infelizmente a humanidade me outorgou uma missão, que até hoje eu nunca pude cumprir...
*Agamenon Troyan